quinta-feira, 25 de julho de 2013

Caminhos de um maestro abençoado

Caminhos de um maestro abençoado 

Festival e livro a ser publicado sobre Moacir Santos trazem luz à história e à obra do sertanejo que injetou modernidade na música brasileiraPublicado em 21/07/2013, às 06h00João Marcelo MeloEspecial para o JC

O maestro pernambucano Moacir Santos (Bonome, Serra Talhada – PE, 11/07/1926 – Pasadena, Califórnia, EUA, 6/8/2006) recorria a uma imagem sertaneja para explicar sua opção por viver nos Estados Unidos. Ele dizia: "Comparo o Brasil e os Estados Unidos à cobra de duas cabeças que existe no Sertão. Uma das cabeças, o Brasil, é guiada pelo coração; a outra, os Estados Unidos, pelo dinheiro. É o 'time is money', que faz que eu me sinta melhor profissionalmente aqui. O artista gosta de ter o seu trabalho reconhecido".
A história de vida desse pernambucano, nascido numa tapera na zona rural do distrito de Bonome, no Sertão do Pajeú, há muito merece ser contada. Órfão de mãe aos três anos, adotado por uma família que o maltratava, fugiu de casa aos 14. Após peregrinar por várias cidades nordestinas, partiu para o Rio de Janeiro, onde se fez maestro da Rádio Nacional, professor de ícones da bossa nova e compositor de trilhas para o cinema novo. Deixou o Brasil nos anos 1960, acompanhando o êxodo de músicos brasileiros que trocaram o País pelos Estados Unidos em busca de melhor colocação profissional. Lá, consagrou-se como um inovador do chamado latin jazz e viveu 40 dos seus 80 anos de vida, até a sua morte em 2006. 



O registro dessa trajetória está prestes a ganhar uma preciosa contribuição com a publicação da pesquisa Moacir Santos – Caminhos de um músico brasileiro, fruto da tese de doutorado da musicista e pesquisadora Andrea Ernest Dias. Ela estará no Recife nos dias 2 e 3 de agosto, durante o Festival Moacir Santos, que reunirá músicos brasileiros e americanos, muitos ex-colaboradores do maestro pernambucano, para concertos e mesas-redondas no Teatro de Santa Isabel. O evento também traz à cidade Mário Adnet e Zé Nogueira, nomes por trás do disco Ouro negro, álbum duplo lançado em 2001, que aproximou a obra de Moacir das novas gerações de músicos e ouvintes da MPB. Adnet e Nogueira apresentam-se com a Banda Ouro Negro.
Para levantar os dados biográficos, Andrea refez a trajetória geográfica de Moacir. Foi ao Sertão do Pajeú, entrevistou professores, alunos e amigos do maestro. Em Pasadena, Califórnia, onde o maestro morou durante metade de sua vida, encontrou cadernos de anotações e partituras inéditas. Na sua busca, contou com o apoio de Moacir Santos Jr., filho único e titular do acervo herdado do pai. Andrea era considerada pelo próprio Moacir como uma afilhada, pela ligação dele com a mãe dela, a flautista Odete Ernest, com quem trabalhou na Rádio Nacional. Então existe uma ligação afetiva que ela, como boa afilhada, se esmerou em transformar em uma pesquisa de fôlego, tanto nos aspecto biográfico como de análise musical, afirma Mário Adnet.


Em um País onde o autodidatismo em música prevalece sobre o estudo sistemático, Moacir é um exemplo a ser seguido e difundido. Ele buscou a formação de que necessitava por iniciativa própria, tornando-se aluno dos grandes mestres em atividade no Brasil da época, como Guerra-Peixe e o alemão vanguardista Koellreutter, entusiasta da música dodecafônica e primeiro professor de Tom Jobim. Desde a primeira vez que fugiu de casa e foi acolhido por um maestro de uma banda de música do interior, Moacir assumiu um padrão meio nômade de chegar nos lugares, aprender tudo que podia e depois se mudar. No Rio de Janeiro, recebia aulas de arranjo e composição os cinco dias da semana com cinco maestros diferentes, conta Adnet.

Programação do Festival Moacir Santos
Local: Teatro de Santa Isabel

Sexta-feira, 2 de agosto

Mesa Redonda (Salão Nobre)
10h   Moacir Santos, o Duke Ellington brasileiro?
O impacto da música de Moacir Santos nos EUA; sua linguagem jazzística afrobrasileira. 
Debatedores: Brent Fischer, Mario Adnet, Mark Levine, Maurício Carrilho, Steve Huffsteter e Teco Cardoso. Mediadora: Andrea Ernest Dias

Concertos
20h   MARK LEVINE & THE LATIN TINGE (San Francisco)
21h    BANDA OURO NEGRO (Direção Mário Adnet e Zé Nogueira)

Sábado, 3 de agosto

Mesa Redonda (Salão Nobre)
10h  O Acervo Moacir Santos em perspectiva
O Projeto Ouro Negro e seus desdobramentos: Moacir Santos e as novas gerações.
Debatedores: Andrea Ernest Dias, Brent Fischer, Marco César, Mario Adnet, Moacir Santos Júnior, Zé Nogueira e Cacá Malaquias. Mediador: Paulo Braga

Concertos
20h   QUARTETO COISAS (Maurício Carrilho, Marco César, Andrea Ernest Dias e Paulo Braga)
21h   THE CLARE FISCHER BIG BAND (Los Angeles, EUA. Direção: Brent Fischer. Participação especial: Steve Huffsteter)

quinta-feira, 11 de julho de 2013

FESTIVAL MOACIR SANTOS 2013

FESTIVAL MOACIR SANTOS 2013


TEATRO SANTA ISABEL
RECIFE, PERNAMBUCO
2 E 3 DE AGOSTO, 2013


MOACIR SANTOS

Flores, Pernambuco, 1926 - Pasadena, Califórnia, 2006


Dias de festa! Um festival dedicado a Moacir Santos é exatamente o que o termo significa: uma festa para Moacir Santos! Um encontro de pessoas que têm na música de Moacir Santos um ponto de afinidade.
Uma festa para sua música, que agrada e alegra os que a ouvem desde o seu tempo de músico-criança no sertão nordestino; de jovem “Saxofonista Negro” da Rádio Clube de Pernambuco; de talentoso arranjador e primeiro maestro negro da Rádio Nacional; de discípulo de Guerra-Peixe, Ernst Krenek, Claudio Santoro e Radamés Gnattali; de criador das “Coisas”; de autor das trilhas sonoras do cinema novo; de professor de tantos ícones da bossa nova que hoje idolatramos; de brasileiro indicado ao Grammy na década de 70 (é possível imaginar o que isso significa?); de ídolo de incontáveis músicos no mundo inteiro; de apreciadores de uma aspiração musical única, transformada em realidade auditiva por um ser humano também único. 
Sejam todos bem-vindos ao primeiro de muitos Festivais Moacir Santos, para sempre o nosso “ouro negro”.
Andrea Ernest Dias
Curadora


PROGRAMAÇÃO

2 de agosto, sexta-feira - R$ 15 meia 30 inteira


20h   MARK LEVINE & THE LATIN TINGE        San Francisco
         OFF & ON – The music of Moacir Santos

O pianista MARK LEVINE, a flautista e saxofonista MARY FETTIG, a percussionista MICHAELLE GOERLITZ, o baterista CELSO ALBERTI e o contrabaixista JOHN WIITALA apresentam o repertório do CD dedicado a Moacir Santos, indicado ao Grammy Latino 2010 de Melhor Álbum de Jazz Latino.
Mark Levine é autor de The Jazz Piano Book e The Jazz Theory Book, considerados as “bíblias” do jazz e traduzidos para o francês, alemão, espanhol, italiano, japonês e coreano.
 “Eu amo a música de Moacir Santos, e durante quarenta anos quis gravar um álbum tributo a ele. A obra de Moacir é praticamente desconhecida nos Estados Unidos; meu objetivo principal é divulgar a sua música. Pena que não consegui gravar este CD enquanto o maestro estava vivo.”
Mark Levine



21h    BANDA OURO NEGRO              Rio de Janeiro

           Direção: MARIO ADNET E ZÉ NOGUEIRA
Para o Festival Moacir Santos, a BANDA OURO NEGRO traz, em audição inédita, o frevo “Paixão segundo Moacir”, que o maestro compôs em homenagem a Mestre Paixão (Alfredo Manoel da Paixão), um de seus principais professores de música na infância e adolescência em Pernambuco.
Concebido por dois dos mais importantes produtores musicais brasileiros da atualidade, o Projeto Ouro Negro é considerado um marco na história da música brasileira. Desde 2001, o seleto grupo de instrumentistas que gravou os CDs Ouro Negro e Choros & Alegria e o DVD Ouro Negro tem divulgado a obra de Moacir Santos no Brasil e no exterior, com especial destaque par o concerto realizado no Rose Theater do Lincoln Center, em Nova York, a convite de Wynton Marsalis.
Ouro Negro recebeu o troféu de Melhor CD Instrumental no Prêmio da Música Brasileira de 2001.

“Ouro Negro é um arrepiante CD duplo, dedicado à obra de Moacir
 Santos. É o disco do ano e vem corrigir uma injustiça de décadas.”
Ruy Castro

“Ouro Negro é obra-prima”. 
Apoenan Rodrigues



3 de agosto, sábado - R$ 15 meia 30 inteira

20h  QUARTETO COISAS                     Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo
Estreando neste festival, o quarteto homenageia o maestro com choros de sua juventude e a obra Moacirsantosianas, de Maurício Carrilho. A obra Coisas, de Moacir Santos, empresta o nome à reunião desses grandes instrumentistas, que atuam também como produtores, compositores, arranjadores e estudiosos da música brasileira.
MAURÍCIO CARRILHO, violonista, compositor, arranjador e professor, é presidente do Instituto Casa do Choro e diretor da Acari Records, primeira e única gravadora especializada em choro. MARCO CÉSAR, bandolinista, compositor, arranjador e diretor musical, é líder da Orquestra Retratos do Nordeste, professor do Conservatório Pernambucano de Música e membro da Academia Pernambucana de Música. O pianista e compositor PAULO BRAGA, integrante da banda de Arrigo Barnabé e do Trio 3-63, é coordenador pedagógico da Escola de Música do Estado de São Paulo Tom Jobim. ANDREA ERNEST DIAS, flautista da Orquestra Sinfônica Nacional UFF e dos grupos Trio 3-63, Carlos Malta & Pife Muderno, Banda Ouro Negro e Quinteto Pixinguinha, é autora da tese Moacir Santos, ou os Caminhos de um Músico Brasileiro.



21h   THE CLARE FISCHER BIG BAND                 Los Angeles
          Direção: BRENT FISCHER
          Participação especial: STEVE HUFFSTETER
Com um elenco estelar de músicos da região de Los Angeles, THE CLARE FISCHER BIG BAND traz ao festival a partitura inédita “Solidão”, composição de Moacir Santos dedicada a Clare Fischer, uma versão primorosa de “Coisa n. 2” e o tema “Moacir”, do veterano trompetista STEVE HUFFSTETER, também integrante do grupo, que tocou e gravou com Moacir em seus discos lançados pela lendária gravadora Blue Note.
Dr. Clare Fischer (1928-2012) foi um músico extraordinariamente versátil, um mestre com muitas musas. Treinado nos clássicos, inspirado por artistas de jazz, embalado pelos ritmos da música latina e brasileira, seu som eclético encontrou expressão em cada traço e instrumento que tocou. Artistas como The Hi-Los, Dizzie Gillespie, Paul McCartney, Diane Schurr, Prince, Michael Jackson, Natalie Cole, Brandford Marsalis, Helio Delmiro, João Gilberto, Poncho Sanchez, Carlos Santana e tantos outros tiveram o privilégio de contar com a assinatura de Clare Fischer em seus discos.
!RITMO!, com The Clare Fischer Big Band, dirigida por BRENT FISCHER, CD vencedor do Grammy Latino 2013 de Melhor Álbum de Jazz Latino, celebra os 20 anos de colaboração entre pai e filho.

“Moacir Santos e eu gostamos de música da mesma classe.”
Clare Fischer





mesas-redondas - ENTRADA FRANCA - 120 VAGAS (POR ORDEM DE CHEGADA)

10h   Moacir Santos, “o Duke Ellington brasileiro”?
2 de agosto, sexta-feira ● salão nobre - Teatro Santa Isabel
O impacto da música de Moacir Santos nos EUA; sua linguagem jazzística afro-brasileira.
Debatedores: Brent Fischer , Mario Adnet, Mark Levine, Maurício Carrilho, Steve Huffsteter e Teco Cardoso.
Mediadora: Andrea Ernest Dias


10h  O Acervo Moacir Santos em perspectiva
3 de agosto, sábado● salão nobre – Teatro Santa Isabel
O Projeto Ouro Negro e seus desdobramentos; Moacir Santos e as novas gerações.
Debatedores: Andrea Ernest Dias, Brent Fischer, Marco César, Mario Adnet, Moacir Santos Júnior, Zé Nogueira e Cacá Malaquias.
Mediador: Paulo Braga

Participação especial da Filarmônica Maestro Israel Gomes, Carnaíba - PE
Direção: Cacá Malaquias
Regência: Gilson Malaquias


FICHA TÉCNICA

Idealização e direção   Andrea Ernest Dias
Curadoria:        Trio 3-63 (Andrea Ernest Dias, Marcos Suzano e Paulo Braga)
Realização:       Azeviche Produções Artísticas
Produção:                     Página 21

  

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Programação FIG 2013

Saiu! Confira a programação completa do Festival de Inverno de Garanhuns

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Nada de Djavan, Ana Carolina ou Jorge & Mateus, atrações esperadas em Garanhuns e que estavam na lista de pedidos da prefeitura da cidade.
Ainda assim, ou melhor, talvez por isso mesmo, a grade de música está entre as melhores dos últimos anos tempos com Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Africa Bambaata, Arlindo Cruz, Fagner, Mundo Livre S/A, Maciel Melo…
A grade do palco forró eu achei mais ou menos, ainda mais se comparada com a do ano passado. Em alguns dias tem apenas duas bandas!
Confira abaixo a grade musical completa e clique aqui para ver o festival completo com teatro, dança…
E aí, gostaram da programação? Faltou quem?
Música
Quinta-feira, 18/07
Palco Guadalajara
21h – Ópera Bajado
22h10 – Gaiamálgama
23h20 – Caravana Rabequeiros de Pernambuco
0h30 – Naná Vasconcelos (Batucafro)
1h40 – Ney Matogrosso
Sexta-feira, 19/07
Palco Cultura Popular
10h – Reisado Gonzaga de Garanhuns
11h – Boi Faceiro
12h – Afoxé Alafin Oyó
13h – Maracatu de Baque Virado Nação de Luanda
14h – Índio Tupi Oriental
15h – Clube Carnavalesco Mixto Seu Malaquias
Palco Instrumental
17h – Fahrenheit
18h – Hugo Linns
19h – Vitor Araújo
20h – Nenéu Liberalquino
Palco Pop
18h – Projeto CCOMA
19h10 – Juliano Holanda
20h30 – Bonsucesso Samba Clube
Intervalos e Encerramento – DJ 440
Palco Guadalajara
21h – Zé Ricardo e Paula Lima
22h10 – DJ Dolores, Orquestra Santa Massa e Chico César
23h20 – Karina Buhr
0h30 – Dado Villa Lobos e Toni Platão
1h50 – Zeca Baleiro
Palco Forró
0h – Cizinho do Acordeon
1h10 – Nádia Maia
2h30 – Derico Alves
Sábado, 20/07
Palco Cultura Popular
11h – Reisado Os Três Reis do Oriente
12h – Tribo Indígena de Tapirapé
13h – Clube Carnavalesco Marim dos Caetés
14h – Maracatu de Baque Solto Leão Formoso de Tracunhaém
15h – O Bonde Bloco Carnavalesco Lírico
16h – Pastoril do Velho Dengoso
Palco Instrumental
17h – Estação Brasil – Jazz
18h – A Trombonada
19h – Paulo Rafael
20h – Banda Estuário
Palco Pop
18h – Tigre Dente de Sabre
19h10 – Plugins
20h30 – Querosene Jacaré
Intervalos e Encerramento – DJ Patrick Tor4
Palco Guadalajara
- Hercinho
- Zé Brown e convidados
- Mundo Livre S/A
- Orquestra Contemporânea de Olinda e Arto Lindsay
- Caetano Veloso
Palco Forró
0h – Forró Pesado
1h10 – Dudu do Acordeon
2h30 – Joquinha Gonzaga
Domingo, 21/07
Palco Cultura Popular
10h – Reisado Santíssimo Redentor
11h – Cavalo Marinho Estrela de Ouro
12h – Maracatu Nação Raízes de Pai Adão
13h – Grupo Nossa Arte / APAE Garanhuns
14h – Sambadeiras
5h – Flor da Lira de Olinda
16h – Coco de Tebei
Palco Instrumental
17h – Grupo Só Choro
18h – Coutto Orquestra de Cabeça
Palco Pop
18h – Projeto Armazém
19h10 – Circo Vivant
20h30 – Bárbara Eugênia
Intervalos e Encerramento – DJ Ravi Moreno
Palco Guadalajara
21h – Banda Flash
22h10 – Lourdinha Oliveira
23h20 – Augusto César
0h30 – Adilson Ramos
1h40 – José Augusto
Palco Forró
0h – Ronaldo César e A Tropicana
1h – Luizinho Calixto
2h10 – Coruja e Os Seus Tangarás
Segunda-feira, 22/07
Palco Instrumental
17h – Lulinha Trumpet Instrumental
Palco Pop
18h – Márcia Pequeno
19h10 – Vertin Moura com participação de Lirinha
20h30 – Jorge Cabeleira
Intervalos e Encerramento – DJ Leon Selector
Palco Guadalajara
21h – Dune Hill
22h10 – Alkymenia
23h20 – Desalma
0h30 – Krisiun (SP)
1h40 – Raimundos
Palco Forró
0h – Trio Pisa na Fulô
1h – Mastigados do Forró
2h10 – Daniel Bento
Terça-feira, 23/07
Palco Instrumental
17h – Instrumental Nildo Bass
Palco Pop
18h – Ex-Exus
19h10 – Galanga (MG)
20h30 – Isca de Polícia com Arrigo Barnabé e Anelis Assumpção (SP)
Intervalos e Encerramento – DJ Vinicius Leso
Palco Guadalajara
21h – Lucas Notaro e Os Corajosos
22h10 – Pouca Chinfra
23h20 – Andrea Amorim e Roberto Menescal
0h30 – Belo Xis
1h40 – A Noite do Samba (Neguinho da Beija-Flor, Gera Vila Isabel e Gigante do Samba)
Palco Forró
0h – Gena de Altinho
1h – Rabecado
2h10 – O Bom Kixote
Quarta-feira, 24/07
Palco Instrumental
17h – Marcos Cabral | Duo de Guitarra e Violão
Palco Pop
18h – Sem Peneira pra Suco Sujo
19h10 – Tiger
20h30 – Silver Apples (EUA)
Intervalos e Encerramento – DJ Beto
Palco Guadalajara
21h – Paulinho Groove
22h10 – Adiel Luna
23h20 – Os Sertões
0h30 – Santanna
1h40 – Maciel Melo
Palco Forró
0h – Forró Fogo de Menina
1h – Zezinho do Acordeon
Quinta-feira, 25/07
Palco Cultura Popular
10h – Mamulengo Teatro do Riso (Mestre Zé Lopes)
11h – Reisado João Tibúrcio
12h – Cavalo Marinho Estrelas do Amanhã
13h – Maracatu Leão Coroado
14h – Sandoval Ferreira
15h – Mestre Galo Preto
16h – Bonecos Gigantes
Palco Instrumental
17h – Instrumental Roberto Lima
20h – Nonato Luiz
Palco Pop
18h – Yusa (Cuba)
19h10 – Tagore
20h30 – João Fênix
Intervalos e Encerramento – DJ Big
Palco Guadalajara
21h – Os Batata
22h10 – Cidadão Instigado
23h20 – Deolinda (Portugal)
0h30 – Banda Eddie (Show Original Olinda Style) / Participação de Isaar e Karina Buhr
1h40 – Spok Frevo Orquestra e Elba Ramalho
Palco Forró
0h – Messias Santiago do Forró
1h – Irah Caldeira
2h10 – Os Nonatos
Sexta-feira, 26/07
Palco Cultura Popular
11h – Orquestra Metais do Frevo
13h40 – Troça Carnavalesca Mista Cachorro do Homem do Miúdo
15h – Caboclinho União Sete Flechas
16h – Maracatu de Baque Solto Piaba de Ouro
17h – Mestre Luiz Paixão
18h – Afoxé Oxum Pandá
Palco Instrumental
17h – Orlito Blues
18h – Sid 3 Sacrifício e Fé
19h – João Paulo Albertim
20h – Louise Wooley
Palco Pop
18h – Bande Dessinée
19h10 – Thiago Pethit
20h30 – Rodrigo Campos
Intervalos e Encerramento – DJ Felipe Machado
Palco Guadalajara
Maestro João Carlos Martins e Orquestra Jovem de Pernambuco
Kiara Ribeiro
Thaís Gulin
Fagner
Daniela Mercury
Palco Forró
0h – Os Coroas do Forró
1h10 – Patrícia Cruz
2h30 – Banda de Pau e Corda
Sábado, 27/07
Palco Cultura Popular
10h – Projeto Batuque
10h40 – Reisado de Inhanhum
11h – Cia. São Caetanense Arte Dança Pernas de Pau
11h40 – Pastoril Infantil Lapinha de Jesus
12h20 – GRES Gigante do Samba
13h – Troça Carnavalesca Mista O Bagaço é Meu
14h20 – Trupe Garimpeiros da Arte – O Boi Milagroso
16h – Belo Cirandeiro e A Ciranda do Povo
17h – Coco Trupé de Arcoverde
Palco Instrumental
17h – Cláudio Lins
18h – Walter Areia e Grupo Música Aberta
19h – Fernando Catatau e o Instrumental
20h – Entrevero Instrumental
Palco Pop
18h – Juvenil Silva
19h10 – Afrobombas
20h30 – Orquestra Rockfônica com participação de Andreas Kisser
Intervalos e Encerramento – DJ Renato da Mata
Palco Guadalajara
21h – Karla Rafaela
22h10 – Rappin Hood
23h20 – Afrika Bambaataa (EUA)
0h30 – Mart’nália
1h50 – Arlindo Cruz
Palco Forró
0h – Nando Azevedo
1h10 – Quarteto Olinda
2h30 – Assisão

Lei do frevo entra em vigor

Lei do frevo entra em vigorPrazo de 60 dias para regulamentar a lei obriga rádios a tocar o gênero acabou. Norma segue só no papel

Publicação: 03/07/2013 11:26 Atualização:

Arte: Jarbas/DP/D.A Press
Arte: Jarbas/DP/D.A Press

Já se passaram mais de dois meses desde a publicação no Diário Oficial da Lei Momento do Frevo - instituída para garantir pelo menos duas músicas ao dia nas rádios locais - e, sem muitas surpresas, os clarins continuam em silêncio. O prazo limite havia sido estipulado pela administração municipal para fixar regulamentação capaz de viabilizar o incentivo ao gênero através dos veículos. O Viver apurou que a maioria das quase 20 emissoras do Recife não aderiu à norma 17.861/2013, cuja determinação é veicular as canções das 8h às 12h e das 14h às 18h.

A lei fomentou o debate, travou uma discussão sobre o frevo e a sua importância cultural, o que é ótimo. Passado o período junino, vamos pensar agora em um calendário de ações de estímulo, inserindo festivais e concursos do gênero, justificou o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Roberto Lessa. O contato com as rádios, prometido pela prefeitura, nunca ocorreu, asseguram gestores das emissoras.

Os diretores das rádios empurram a ausência do ritmo na programação para o colo dos ouvintes. Quem escolhe o que deseja ouvir é o público. Não temos motivos para determinar isso, reforçou um dos diretores, sem se identificar. Outro alegou que o frevo não é atrativo: Não houve renovação. As composições e a roupagem das músicas não são interessantes para quem ouve.

O cantor Claudionor Germano discorda. Como em qualquer gênero, é preciso existir uma seleção de faixas. Mas as rádios têm que se conscientizar da responsabilidade que possuem com a cultura local. O músico Luciano Magno pondera. A lei é recente. Não houve tempo hábil para uma produção maior. Acredito que, daqui a alguns carnavais, as coisas podem tomar outro rumo. Concordo que é preciso buscar novas formas de se criar, arranjos diferentes e letras mais atuais. É o frevo contemporâneo que eu, André Rio, Nena Queiroga e outros propomos.

Há outros entraves. A resistência declarada das rádios de programação segmentada - voltada ao público jovem, por exemplo - e a falta de punição distanciam o Momento do Frevo das transmissões. O motivo seria a incompetência da lei para tratar do tema, acredita  a Associação de Empresas da Rádio e Televisão (Asserpe). Para a instituição, o município não pode interferir em questões federais (a concessão de funcionamento das emissoras é dada pela União).

Imaginávamos que não haveria regulamentação. Sabemos da importância do frevo para a cultura do estado, mas não é papel da radiodifusão fortalecê-lo. É responsabilidade da produção cultural, cravou o presidente Cléo Nicéas.

O que eles pensam
O frevo é patrimônio cultural imaterial da humanidade. Por que toda essa resistência? É lamentável. As rádios precisam preservar a nossa cultura. No entanto, ninguém veste a camisa. Se existe a lei, é obrigação cumpri-la. Não há o que discutir. Eu particularmente já acho um despropósito existir uma norma para isso. Mas se está aí, vamos aderi-la. l Claudionor Germano, compositor e intérprete

A resistência não é do ouvinte. É das rádios. Duvido muito a audiência de uma emissora baixar porque ela tocou Vassourinhas. Se há espaço para axé, sertanejo, por que não para algo tão nosso? E outra, sou contra modernizações. Uma coisa é fazer o que Spok faz, inovando na estrutura dos arranjos. Mais que isso, sou contra. l Severino Luiz Araujo, cantor e compositor

Talvez a falta de adesão à lei seja explicada pela falta de incentivo para novas composições. A obrigação também soa mal. Mas a lei é muito fresca. Muita coisa nova deve surgir se houver um incentivo. Eu mesmo estou preparando um disco com frevos mais contemporâneos, renovados. As produções precisam se readequar também. l Luciano Magno, músico e compositor

Do papel à prática

O que diz a lei
Fica instituído, no âmbito do município, o Momento do Frevo que será realizado com a inserção nos programas das rádios recifenses, diariamente, pelo menos uma vez em cada um dos turnos da manhã e da tarde de canções e/ou instrumentalização em ritmo de frevo, ressalvando-se dessa obrigação as rádios exclusivamente religiosas e noticiosas.

Os Entraves
- O ouvinte não pede frevo porque o gênero não é atrativo, dizem as rádios  
- A norma afronta a liberdade de expressão, defendem os radialistas
- Não houve regulamentação para detalhar a veiculação pelas emissoras
- Não existe fiscalização, nem punição para quem descumpre
- Rádios de programação segmentada resistem à legislação

O que será feito
A Prefeitura do Recife planeja um calendário de ações de estímulo. Fala-se em resgatar festivais e concursos do frevo. A ideia é colocar o gênero na boca do povo em vários momentos do ano, não apenas no carnaval.