Getúlio é o campeão do festival de música carnavalesca
Publicado em 21/11/2011, Às 12:07
Getúlio Cavalcanti virou o Schumacher do frevo. Não tem pra ninguém. Ontem, ele ganhou os primeiros lugares em frevo-de-bloco e em frevo-canção, no Festival de Música Carnavalesca do Recife, cujas eliminatórias aconteceram sábado, 19, e domingo, 20, na esplanada do Parque Dona Lindú, em Boa Viagem. Isto é bom, porque ele é um mestre, e é mau, porque a renovação na música carnavalesca pernambucana dança em andamento de marcha-regresso. No entanto, o concurso deste ano até que apresentou caras novas, tanto na composição quanto na interpretação. Mas ainda renovações muito tímidas.
Há uma saudável tentativa de dar uma roupagem mais contemporânea ao frevo. Bráulio Araújo, por exemplo, começou o seu De baixo do frevo, com um solo de baixo elétrico, enquanto Beto Ortiz, foi de sanfona, Luciano Magno de guitarra, e César Michiles de flauta. Um show de flauta, por sinal, e seu frevo Pipocando, arrebatou merecido primeiro lugar (com arranjo de Marcos FM). Foi clara a influência da orquestra do Maestro Spok, que executou os frevo-de-rua e participou ora inteira, ora com alguns músicos, das duas eliminatórias.
Uma pena que com tanta banda, compositores talentos, a exemplo de Junio Barreto e Zé Manoel, que trabalham harmonias bem desenvolvidas, quase nenhum se inscreveu no festival da prefeitura. Se fazem sambas de qualidade, por que não tentar frevo, maracatu ou caboclinho, como fizeram alguns forrozeiros (André Macambira, Rogério Rangel, Nádia Maia, e Herbert Lucena). Caboclniho e maracatu receberam este ano uma arejada, ma non troppo. As letras não castigaram a mesma temática Zumbi, Luanda, mas nos caboclinhos insistiram em bater na mesma preaca. Maracatu e caboclinho não necessariamente têm que ter por tema África ou indígena. Um exemplo, é Essa alegria, de Lula Queiroga, gravado por Elba Ramalho, um caboclinho sem nada da exaurida temática, com uma grande melodia. A mesma coisa para o maracatu-cançã Braia dengosa, de Zé Dantas (com Luiz Gonzaga com co-autor). Uma melodia engenhosa, com uma letra inteligente, sem lugar comum.
Por fim, mas não menos importante. A platéia que compareceu ao Parque Dona Lindu, com raras exceções, não se entusiasmou com as músicas concorrentes. Por uma razão simples. A maioria dos compositores parece ter esquecido que o festival é de música carnavalesca, e não da MPB. Ou seja, a intenção é música para pular. Assim, nas canções (maracatu, frevos, e caboclinho), a melodia tem que ser pegajosa, e simples, e a letra curta. Frevo-canção com cinco estrofes e um refrão (como uma das concorrentes este ano), só pega se tiver uma supermelodia, uma técnica em que Carlos Fernando é mestre.
Os primeiros, segundos e terceiros lugares de cada categoria receberam R$ 10 mil, R$ 7 mil e R$ 3 mil, respectivamente, além de troféu confeccionado pela artista plástica Ana Santiago. A premiação geral (somando todas as categorias) para o melhor arranjador, e melhor intérprete doi de R$ 3 mil. Isto posto, as 15 composições vencedoras do Festival de Música Carnavalesca do Recife deste ano da graça de 2011.
Categoria Frevo de Rua
1º lugar – Pipocando – César Michiles (Intérprete: SpokFrevo Orquestra + César Michiles/ Arranjador: Marcos F.M. )
2º lugar - Debaixo do frevo – Bráulio Araújo (Intérprete: SpokFrevo Orquestra + Bráulio Araújo/ Arranjador: Ademir Araújo)
3º lugar – Capibarizando – Beto Hortis (Intérprete: SpokFrevo Orquestra + Beto Hortis (solo sanfona)/Arranjador: Marcos F.M.)
Categoria Frevo Canção
1º lugar - Contradição – Getúlio Cavalcanti (Intérprete: Alessandra Cavalcanti/ Arranjador: Parrô)
2º lugar – Recife luz – Rubem Valença Filho (Intérprete: Nena Queiroga/Arranjador: Maestro Duda)
3º lugar – Colibri – André Macambira (Intérprete: André Macambira/ Manuca Bandini/Arranjador: Parrô)
Categoria Frevo de Bloco
1º lugar – Quem sou eu pra te esquecer- Getúlio Cavalcanti (Intérprete: Coral Edgar Moraes/ Arranjador: Maestro Duda)
2º lugar – No paço do frevo por Antônio Maria – Thiago Cardoso e Socorrinho Cardoso (Intérprete: Coral Stallo/Arranjador: Flávio Lima)
3º lugar – Recife, uma canção – Sônia Aguiar/Wilson Pessoa (Intérprete: Um Bloco Em Poesia/Arranjador: Edson Rodrigues)
Categoria Maracatu
1º lugar – Canto de Oxalá – Emerson Sarmento (Intérprete: Geraldo Maia/Arranjador: Bruno César)
2º lugar – Rosa negra – Beto do Bandolim e Marcelo Varella (Intérprete: Adriana BB/Arranjador: Clóvis Pereira)
3º lugar – Feito esse rio – Rogério Rangel do Rego Barros (Intérprete: Rogério Rangel/Arranjador: Liudinho)
Categoria Caboclinho
1º lugar – Clariô Okê – Luciano Brayner (Intérprete: Luciano Brayner/Arranjador: Elias Oliveira)
2º lugar - Guerreiro de lança – Flavio Souza e Lourenço Gato (Intérprete: Gustavo Travassos/ Arranjador: Ademir Araújo)
3º lugar - Alma de caboco – Júnior Vieira (Intérprete: Mamelungos/Arranjador: Maestro Duda)
Melhor arranjo
Ademir Araújo (com o frevo de rua De baixo do frevo, de Bráulio Araújo)
Melhor intérprete
Geraldo Maia (com o marcatu Canto de Oxalá, de Emerson Sarmento)
fonte: http://jconlineblogs.ne10.uol.com.br/toques/2011/11/21/getulio-e-o-campeao-do-festival-de-musica-carnavalesca/
acesso em: 28/02/12
Há uma saudável tentativa de dar uma roupagem mais contemporânea ao frevo. Bráulio Araújo, por exemplo, começou o seu De baixo do frevo, com um solo de baixo elétrico, enquanto Beto Ortiz, foi de sanfona, Luciano Magno de guitarra, e César Michiles de flauta. Um show de flauta, por sinal, e seu frevo Pipocando, arrebatou merecido primeiro lugar (com arranjo de Marcos FM). Foi clara a influência da orquestra do Maestro Spok, que executou os frevo-de-rua e participou ora inteira, ora com alguns músicos, das duas eliminatórias.
Uma pena que com tanta banda, compositores talentos, a exemplo de Junio Barreto e Zé Manoel, que trabalham harmonias bem desenvolvidas, quase nenhum se inscreveu no festival da prefeitura. Se fazem sambas de qualidade, por que não tentar frevo, maracatu ou caboclinho, como fizeram alguns forrozeiros (André Macambira, Rogério Rangel, Nádia Maia, e Herbert Lucena). Caboclniho e maracatu receberam este ano uma arejada, ma non troppo. As letras não castigaram a mesma temática Zumbi, Luanda, mas nos caboclinhos insistiram em bater na mesma preaca. Maracatu e caboclinho não necessariamente têm que ter por tema África ou indígena. Um exemplo, é Essa alegria, de Lula Queiroga, gravado por Elba Ramalho, um caboclinho sem nada da exaurida temática, com uma grande melodia. A mesma coisa para o maracatu-cançã Braia dengosa, de Zé Dantas (com Luiz Gonzaga com co-autor). Uma melodia engenhosa, com uma letra inteligente, sem lugar comum.
Por fim, mas não menos importante. A platéia que compareceu ao Parque Dona Lindu, com raras exceções, não se entusiasmou com as músicas concorrentes. Por uma razão simples. A maioria dos compositores parece ter esquecido que o festival é de música carnavalesca, e não da MPB. Ou seja, a intenção é música para pular. Assim, nas canções (maracatu, frevos, e caboclinho), a melodia tem que ser pegajosa, e simples, e a letra curta. Frevo-canção com cinco estrofes e um refrão (como uma das concorrentes este ano), só pega se tiver uma supermelodia, uma técnica em que Carlos Fernando é mestre.
Os primeiros, segundos e terceiros lugares de cada categoria receberam R$ 10 mil, R$ 7 mil e R$ 3 mil, respectivamente, além de troféu confeccionado pela artista plástica Ana Santiago. A premiação geral (somando todas as categorias) para o melhor arranjador, e melhor intérprete doi de R$ 3 mil. Isto posto, as 15 composições vencedoras do Festival de Música Carnavalesca do Recife deste ano da graça de 2011.
Categoria Frevo de Rua
1º lugar – Pipocando – César Michiles (Intérprete: SpokFrevo Orquestra + César Michiles/ Arranjador: Marcos F.M. )
2º lugar - Debaixo do frevo – Bráulio Araújo (Intérprete: SpokFrevo Orquestra + Bráulio Araújo/ Arranjador: Ademir Araújo)
3º lugar – Capibarizando – Beto Hortis (Intérprete: SpokFrevo Orquestra + Beto Hortis (solo sanfona)/Arranjador: Marcos F.M.)
Categoria Frevo Canção
1º lugar - Contradição – Getúlio Cavalcanti (Intérprete: Alessandra Cavalcanti/ Arranjador: Parrô)
2º lugar – Recife luz – Rubem Valença Filho (Intérprete: Nena Queiroga/Arranjador: Maestro Duda)
3º lugar – Colibri – André Macambira (Intérprete: André Macambira/ Manuca Bandini/Arranjador: Parrô)
Categoria Frevo de Bloco
1º lugar – Quem sou eu pra te esquecer- Getúlio Cavalcanti (Intérprete: Coral Edgar Moraes/ Arranjador: Maestro Duda)
2º lugar – No paço do frevo por Antônio Maria – Thiago Cardoso e Socorrinho Cardoso (Intérprete: Coral Stallo/Arranjador: Flávio Lima)
3º lugar – Recife, uma canção – Sônia Aguiar/Wilson Pessoa (Intérprete: Um Bloco Em Poesia/Arranjador: Edson Rodrigues)
Categoria Maracatu
1º lugar – Canto de Oxalá – Emerson Sarmento (Intérprete: Geraldo Maia/Arranjador: Bruno César)
2º lugar – Rosa negra – Beto do Bandolim e Marcelo Varella (Intérprete: Adriana BB/Arranjador: Clóvis Pereira)
3º lugar – Feito esse rio – Rogério Rangel do Rego Barros (Intérprete: Rogério Rangel/Arranjador: Liudinho)
Categoria Caboclinho
1º lugar – Clariô Okê – Luciano Brayner (Intérprete: Luciano Brayner/Arranjador: Elias Oliveira)
2º lugar - Guerreiro de lança – Flavio Souza e Lourenço Gato (Intérprete: Gustavo Travassos/ Arranjador: Ademir Araújo)
3º lugar - Alma de caboco – Júnior Vieira (Intérprete: Mamelungos/Arranjador: Maestro Duda)
Melhor arranjo
Ademir Araújo (com o frevo de rua De baixo do frevo, de Bráulio Araújo)
Melhor intérprete
Geraldo Maia (com o marcatu Canto de Oxalá, de Emerson Sarmento)
fonte: http://jconlineblogs.ne10.uol.com.br/toques/2011/11/21/getulio-e-o-campeao-do-festival-de-musica-carnavalesca/
acesso em: 28/02/12
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