quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Tese de doutorado aborda trajetória do frevo canção

Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR 
13/02/2012 | 11h44 | Pesquisa



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Da rua, para os bailes e para os palcos, o frevo canção percorreu uma longa jornada. O pesquisador Júlio Vila Nova mostra hoje, a partir das 14h no mini-auditório do Centro de Artes e Comunicação da UFPE, uma parte importante desse trajeto, tema da sua tese de doutorado. Analisando o frevo canção sob o viés do discurso literomusical - que se propõe a estudar, no âmbito da linguística, a canção popular - Júlio estudou 700 músicas lançadas entre 1930 e 1970. O estudo oferece um panorama contextualizado da produção do período.

A escolha do destes 40 anos tem a ver com a evolução do frevo canção. “No começo do período pesquisado, o frevo ganhou alcance nacional. Nos anos 30 e 40 foi gravado por nomes como Nelson Gonçalves, Mário Reis, Carlos Galhardo, Aracy de Almeida. Nos anos 50 houve uma nova expansão com a chegada da fábrica de discos Rozemblit, que aumento a produção, em termos quantitativos. Já nos anos 70 há uma queda, muito ligada à decadência da Rozemblit, que fechou no início dos anos 1980”, explica o pesquisador, que também é presidente do bloco Cordas e Retalhos.

O estudo investiga o contexto dos temas abordados nas letras das músicas. No começo dos anos 1930, por exemplo, quando as agremiações saíam para as ruas do carnaval geralmente os encontros terminavam em briga. Mas essa violência não era muito retratada nas músicas. As alegrias da festa eram os temas mais frequentes.   
Havia, contudo, exceções. “Nos anos 30 Capiba compôs O caminho é perigoso, um frevo canção que falava justamente sobre essas brigas entre os blocos. Foi uma música que não chegou a ser gravada, mas teve sua letra publicada na época pelo Diario de Pernambuco. Até a fundação da Federação Carnavalesca de Pernambuco, em 1934, os conflitos eram bastante comuns entre os blocos”, afirma.

Ao contrário de alguns críticos, Vila Nova acredita que o frevo canção está atualmente em uma boa fase. “A produção do frevo, em geral, não tem um teor de crítica muito forte, no período que estou analisando. Mas isso é algo que muda nos anos 1990. Hoje também há uma produão forte e diversificada”, garante.

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